PREGAÇÃO

    IRMÃS PREGANDO EM SANTA CRUZ DO RIO PARDO/SP

     

    Pregar para nós, mulheres dominicanas imeldinas, é anunciar o amor de Jesus Salvador presente na Eucaristia, testemunhando este amor na e com a vida, isto é,  proclamando Jesus na realidade do dia-a-dia, no cotidiano simples e linear. É também  despertar a fé e fazer germinar a semente de bem que existe em cada pessoa, por meio de  atos concretos e o anuncio oral.

    As Irmãs Dominicanas Imeldinas, que a convite dos confrades dominicanos se estabeleceram em Santa Cruz do Rio Pardo em 1946, desde a sua chegada se preocuparam a expansão da Congregação e com a missão, recebendo novas vocações e formando-as segundo seu carisma e a missão própria.

    Nas décadas de quarenta a sessenta, numerosas jovens se juntaram às irmãs missionarias, tornando-se postulantes, noviças, e junioras. Para iniciá-las na missão específica da pregação, todas, ou quase todas, eram enviadas desde o início de sua formação à vida religiosa a ensinar a doutrina, sobretudo  às crianças, no limite urbano e periferias, como também   nas fazendas, capelas e sítios.  

    Após a missa dominical carroças, charretes, tratores, carros e caminhões estacionavam em frente ao convento para levar as jovens irmãs ainda em formação, para evangelizar em lugares mais diversos. De duas em duas iam por estradas de terra onduladas e poeirentas.  O trem e o ônibus eram também usados para chegar à Sodrélia a 11km e Caporanga, a 28Km de Santa Cruz.  Para o almoço a maioria já estava de volta, cansadas, cobertas de poeira, mas felizes. As saídas e chegadas eram animadíssimas porque as “apóstolas” somavam umas quarenta. Cada uma queria relatar suas conquistas e os “milagres” operados em nome de Jesus.

    A economia cafeeira estava perdendo força, naquela época, porém a maioria das fazendas, entre outras culturas mantinha também o cultivo do café que exigia numerosa mão de obra de colonos que habitavam na fazenda e, em momentos pontuais da lavoura, dos trabalhadores. A estrutura da fazenda compreendia a sede, as casas dos colonos, a escolinha e às vezes a capela. Qualquer lugar era suficiente para reunir as crianças: a capelinha e na falta desta a escola, o terreiro de café, a sombra de uma árvore ou a residência de uma família.  As crianças eram iniciadas na doutrina cristã e se preparavam para a primeira eucaristia que quase sempre acontecia na festa do padroeiro.

    Nomear lugares e fazendas mostra o alcance da ação evangelizadora daquelas jovens irmãs que hoje relembram com gratidão a Deus e por que não, com saudades o glorioso início da Congregação em Santa Cruz do Rio Pardo. Entre outros, destacamos as fazendas: Cocaes, São Domingos, Santa Gema, Três Ilhas, Pedra Branca, Figueiras, Santa Isabel, São Luiz, Santa Maria, Mandaguari, Lambari, (um aglomerado de famílias japonesas). Na periferia da cidade: Três Bicas, a Vila Popular (na estação ferroviária), a Gruta do Binão, as capelas de São José, São Benedito.  Incluem-se os povoados de Caporanga, Sodrélia, Cebolão e Espírito Santo do Turvo.   O poema de Hilário Cristofolini, IM pode ser aplicado às jovens iniciantes que com as missionárias vindas do além-mar deram tudo de si para o Anúncio do Reino.

    Herói da Periferia

     

     

    Missão:

     

    onde a terra quase parece

    não medir-se a metros.

     

    Onde tudo é extenso,

    e a paróquia é enorme

    e tudo é grande.

     

                Naquela terra imensa

    onde as estradas não são tão largas,

    mas são mais longas.

     

     

    [...] E os limites da paróquia não são traçados

    pelos sinos do campanário.

     

    [...] Missionário:

    Herói da periferia,

    caminheiro de estradas poeirentas

    que desconhece os confins

    porque só o céu é seu limite.

     

    [...] Herói da periferia

    que ensina a cidade chorar

    e o subúrbio sorrir.

     

    Ir. Angela Zandonadi

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